sábado, 18 de setembro de 2010

- Avô ...


- Sofia Sofia.
Acordei a chamarem-me, era o meu irmão. Olhei para o relógio, 8:30, o que quereria ele a esta hora?
- Querida, o avô já morreu.
Suspirei e caiu-me uma lágrima pelo olho. Hoje dia 18 o meu avô paterno morreu com 81 anos. No dia anterior, quando a minha mãe chegou a casa ouvi-a a falar com o meu irmão. Queria que ele fosse ver o meu avô mais o meu pai pois amanhã poderia ser tarde. Entrei na sala, eu também queria ir. Tive uma conversa com a minha mãe. Ela não me deixou ir. Queria que ficasse com uma recordação boa dele pois ele não falava nem se mexia e como eu tinha estado com ele dia 9 (dia dos seus anos) queria que eu ficasse com aquele dia na memória. A última coisa que vi foi o seu sorriso. Ele já não estava bem e percebo que tenha sido o melhor para ele não sofrer porque a minha avó tem amnésia, ficou assim com a idade, e ele estava a sofrer com isto. Sei que ele agora está bem e que está bem entregue. Deus cuidará bem dele. Sei que agora estará bem disposto e a fumar um cigarro como sempre fazia, provavelmente a queixar-se de algo. Gostava imenso do meu avô, apesar de ser o melhor para ele para mim não foi. Foi a primeira pessoa que eu perdi da minha família. Gostava tanto tanto dele. Perdoa-me não poder ter-me despedido decentemente. Amanhã é o funeral. Amanhã despedirei-me dele com muito orgulho de o poder ter tido como meu avô. Sei que vais ficar à minha espera e prometo que quando te vir te darei um abraço enorme e sorrirei para ti como da última vez. Adeus avô, até daqui a uns anos.

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